Como vencer a Crise
Quando o Resultado é menor que a Expectativa chamamos de Crise. Quanto maior a diferença, maior será a Crise. Ela pode ser política, social, jurídica, moral, econômica e tantas outras modalidades, mas a pior delas é quando todas acontecem ao mesmo tempo e atingem o seu bolso.
No Brasil vivemos atualmente uma crise de algumas modalidades, mas ao mesmo tempo ouço que algumas empresas estão sofrendo bem menos que o que vem sendo alardeado. Portanto, existem soluções para se vencer a Crise e elas passam por dois modelos:
No modelo Clássico perseguimos sempre a velha fórmula de procurar novos clientes, lançar novos produtos, desenvolver novos territórios, novos canais de venda, nunca esquecendo de reduzir despesas, diminuir custos de produtos e aumentar os preços sempre que possível. Diminuir prazo de vendas, aumentar prazo de fornecedores, reduzindo estoques para se obter um aumento do capital de giro. Diminuir os investimentos e ficar com uma maior liquidez e depender menos de bancos com seus juros altíssimos. Diminuição do quadro de funcionários, lay offs e muita queda de braço com fornecedores e clientes.
A grande diferença está na intensidade em que se fazem todas essas correções, ou seja, quanto maior a crise, mais forte são essas ações. Mas se todas empresas seguirem a mesma cartilha, teremos em curto prazo uma situação de empresas com muitas dificuldades e o mercado passa também a diminuir e um ciclo recessivo passa a existir.
Por outro lado, sabemos que é na crise que aparecem as oportunidades. E se sairmos da nossa zona de conforto, mesmo quando não houver crise? E se formos mais criativos, questionarmos os paradigmas existentes, de modo a criarmos medidas anticíclicas?
O exemplo do Cirque du Soleil, Starbucks e a barbearia Don Corleone mostram negócios que aparentemente estavam em crise e foram reinventados. Eles apresentavam rentabilidade baixa e estável, ou mesmo sequer existiam.
Novos valores foram criados para as mesmas atividades e um novo mercado foi desenvolvido. Uma nova demanda foi criada, descoberta e explorada. Um novo mercado nasceu e com pequenas alterações na sua atividade anterior foi possível crescer novamente.
Eles criaram novos valores agregados aos seus negócios e dessa forma um novo modelo surgiu. Quatro ações foram determinantes nesse processo:
· Criar algo que nunca foi criado
· Eliminar fatores atuais que sugam o seu resultado
· Incrementar fatores pouco explorados do seu portfolio
· Reduzir fatores não valorizados e sugadores de resultado
Foi exatamente isso que o Cirque du Soleil fez ao eliminar animais, incrementar as acrobacias, reduzir os “atores estrelas” e criar uma nova demanda – público adulto.
O exemplo da barbearia Don Corleone pode ser vivenciado em São Paulo no bairro do Itaim, onde o ato de cortar o cabelo pode vir acompanhado de tomar uma cerveja, jogando snooker e conversar com os amigos ao mesmo tempo.
Se a sua empresa quiser sair da zona de conforto e realmente quiser inovar e crescer para um outro patamar, a estratégia do Oceano Azul pode ser uma excelente alternativa. Esse novo modelo de negócio pode ser melhor estudado no livro “Estratégia do Oceano Azul”.
Porém, se a sua empresa estiver em uma Crise, o modelo Clássico pode ser de alta valia estabelecendo uma nova relação entre Rentabilidade e Market Share. A melhor execução continuará sendo a chave para a obtenção de sucesso.
(*) Fernando Val y Val Peres